Indaiatuba

A Cidade de Indaiatuba

Muitas histórias podem ser contadas sobre Indaiatuba, algumas mais vivas nas memórias, outras mais documentadas nos papéis dos arquivos, outras ainda imaginadas a partir de indícios mais ou menos eloqüentes. Faremos aqui um breve relato de nossa história urbana, econômica e política, sabendo que esse quadro será apenas esboçado e incompleto.

A província de São Paulo quase não tinha núcleos urbanos até o século XVIII, e em nossa região existiam apenas as Vilas de Itu e Jundiaí. Então, o governo português implementou uma vigorosa política de incentivo à produção de açúcar na província, na segunda metade do século XVIII. Essa iniciativa, deslanchada pelo governador Morgado de Mateus, visava estimular o povoamento do interior de São Paulo. Seu objetivo era incentivar o surgimento e crescimento de novas Vilas, criando núcleos de população para enfrentar um possível avanço dos espanhóis no sul do país.

Em seu início, o povoado de Indaiatuba foi um dos bairros rurais da Vila de Itu, no caminho que era passagem de tropas para o sul do Brasil, passando por Sorocaba, e do sul para as vilas mineradoras de Mato Grosso e Goiás, passando pelo mesmo caminho. No século XVIII os caminhos para o interior eram estreitos, sendo percorridos com o auxílio de mulas, burros e cavalos, que transportavam todo o comércio regional e de exportação. O arraial aparece como Indayatiba já nos registros do censo de 1768. Com uma pequena população que vivia, sobretudo, de suas roças de milho e feijão, esse arraial também é chamado de Cocaes, por causa dos seus campos de palmeiras Indaiá1.

Encontramos, nos séculos XVIII e XIX, referência aos bairros de Piraí, Itaici, Mato Dentro, Buru e Indaiatuba. Como aconteceu também com outros povoados próximos, a dinâmica econômica trazida pela produção de açúcar e aguardente mudou a vida dos pequenos bairros rurais que formaram Indaiatuba: em cem anos cresceu o número de engenhos de tal modo que, por volta de 1850, já não havia aqui um só córrego com queda suficiente para mover uma roda d’água que não tivesse já a sua “fábrica de fazer açúcar”. Desse primeiro período de ocupação temos preservada a sede da Fazenda Engenho D’Água, patrimônio histórico de nossa cidade. Embora a referência mais antiga a esse engenho esteja no “Livro de Registros de Terras da Freguezia de Indaiatuba”, datado de 18 de setembro de 1855, acredita-se que ele foi erguido por volta de 1770, antes da existência do núcleo urbano que inclui a Igreja Matriz, a Casa Número 1 e o Casarão. Sua construção é de taipa-de-pilão, e suas paredes têm espessura de 0,64m a 0,75m. Construído com a frente para o Córrego Barnabé, o prédio serviu de sede para a fazenda, produtora de açúcar e, posteriormente, de café.

O Casarão do Pau Preto foi construído nas terras vizinhas às da fazenda e engenho de açúcar da família Bicudo, provavelmente entre 1810 e 1820, no final do período colonial brasileiro. Sua construção de arquitetura bandeirista é de taipa de pilão e, em algumas partes, taipa de mão. Em meados do século XIX ele fez parte de uma chácara urbana do pároco de Indaiatuba, Antonio Cassemiro da Costa Roriz.

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